A moda Moderna
Nos séculos XV e XVI, o aumento das escolas e universidades provoca uma renovação cultural, alicerçada numa maior vontade de saber.
A Europa torna-se um foco de atracção para o ensino e nasce um novo conceito de homem mais individualista, racional e positivo. Cultiva-se um maior gosto pela vida e pelos prazeres, que, simultaneamente, origina uma rivalidade entre as famílias mais ricas, que disputam e exibem os seus dotes pessoais, intelectuais e artísticos nos seus banquetes, recepções e bailes.
A moda dos finais do século XIV até ao século XVIII foi completamente transformada, já que até esse momento era muito influenciada pela igreja.
No século XIV, as roupas tornaram-se mais modernas no que se refere aos adornos e decorações, notando-se uma falta de naturalidade na forma de vestir, falar e nos gestos.
No século XV o homem usava o gibão (uma espécie de casaco ou capote com capuz e um colete por baixo). As mangas eram grossas e as suas calças eram justas até à cintura. O calçado era pontiagudo e as botas de cano alto. Os sapatos eram feitos de veludo e os seus cabelos eram compridos e com madeixas.
As mulheres trajavam vestidos bastante apertados no busto, afunilados e com caudas compridas, normalmente, enchumaços nas ancas, mas só para as senhoras mais ricas. As mulheres mais pobres usavam vestidos mais singelos.
No século XVI os homens vestiam calções largos, com aberturas laterais e cintos com fivelas. O gibão e o colete eram considerados vestimenta básica. A principal tendência por parte dos senhores da corte era o uso de colarinhos no pescoço. No calçado utilizava-se o veludo e as botas eram de cores diferentes e com tacão alto.
O cabelo era curto e a barba pontiaguda e como adorno usavam os barretes e os gorros.
As mulheres usavam vestidos com dois ou três saiotes e como adornos aplicavam colares, pendentes e medalhas.
Os cabelos eram cobertos por pequenas toucas ou barretes.
No século XVII os franceses dominavam a moda na Europa, e os homens passaram a trajar vestimentas com tecidos largos e mangas justas. As suas tendências eram as golas altas bordadas e rendadas e as jaquetas adornadas. O calçado era bastante ornamentado e na cabeça usavam chapéus. As mulheres também usavam mangas justas nos vestidos, luvas, golas altas e mantos. O calçado era de ponta achatada e estreita.
No século XVIII os franceses continuavam a dominar a moda, onde só as pessoas mais ricas podiam seguir as últimas tendências. Os homens vestiam calções curtos e mais justos com meias de seda.
A queda da dinastia originou algumas mudanças nas vestes e os homens envergavam trajes simples e perucas e, depois da revolução, começaram a usar o cabelo comprido e liso. As mulheres envergavam vestidos largos com decotes e, nessa altura, desapareceram as armações nas saias e os penteados eram volumosos e com plumas.
A moda passou a ser destacada pelos franceses sendo estes os principais criadores e modelos que todos os outros seguiam.
Fátima Rodrigues; Glória Firmino
A moda Contemporânea
A época contemporânea iniciou-se, verdadeiramente, em 1789, com a revolução francesa e caracterizou-se por um período de grande prosperidade, nomeadamente, pelo grande avanço da indústria.
Os anos 1810 a 1910 ficaram marcados pela ostentação, riqueza e extravagância, ficando conhecidos pela época Bela ou “Belle Époque”, tendo sido um período importante para a moda.
No inicio dos anos 1900 surgiu um ideal feminino que se iria tornar um exemplo a seguir ou seja, a mulher deveria ter o peito erguido e as coxas salientes. Nos anos 20, particularmente, a partir de 1925, surgiu a época de Hollywood, onde estilistas como Coco Chanel e Jean Patou criaram roupas para celebridades. Este período foi marcado pelos vestidos, que eram mais curtos e leves com os braços e as costas à mostra. O tecido predominante era a seda, as meias eram em tom bege, surgindo as pernas nuas. Nesta altura a moda era marcada pelo uso do sapato alto, perucas rendas e a maquilhagem era usada com cores fortes. No final dos anos 20, as saias foram encurtando ao ponto de mostrar as ligas rendadas. Surgem, nesta altura, os cortes rectos, capas, blazers, colares compridos, boinas e cabelos curtos.
Nos anos 30, após a crise de 1929, um desejo crescente de glamour e ostenção instalou-se no subconsciente colectivo, o que resultou numa moda cheia de cetim, veludo, jóias, peles e chapéus. As saias nesta época eram amplas e compridas num ambiente muito romântico.
Nos anos 40, com a 2ª guerra Mundial, as mulheres sofreram limitações horríveis e tiveram de substituir os homens no mercado de trabalho. Assim, instaurou-se uma moda mais funcional, onde se usava o estilo militar com as saias curtas e rectas com tecidos muito simples devido à pobreza no continente.
Nos anos 50, com o fim da guerra, tentou-se novamente trazer para a sociedade o glamour dos tempos passados, surgiu o New Look, que consistia numa cintura bem marcada e saias extremamente rodadas até perto da canela, estilo Marilyn Monroe. Em oposição a esta elegância surgiu a moda estudantil mais desportiva e cómoda. A banda britânica Beatles criou uma moda particular de botas pontiagudas e altas que causaram uma grande revolução social.
Nos anos 60 a década exigiu a sua própria moda, por isso a hegemonia da haute-couture e do padrão de beleza mais maduro foram derrubados pelo prét-a-porte e pela moda jovem. Assim, a cintura descai e os comprimentos diminuem. A desenhadora Mary Quant revolucionou por completo a indústria da moda criando a mini-saia. Este produto foi escandaloso entre os padres e os sectores mais tradicionais da sociedade.
Nesta época os jovens viviam em comunas, consumiam comida macrobiótica e fumavam marijuana sem restrições. Devido a esta forma de vida nasceram os clássicos «patas de elefante», as camisas hindus, o cabelo comprido de um ideal pacifista. As flores, símbolo da época, usavam-se nas roupas, no cabelo e representavam a ideologia ilusória que os guiava na chamada «Revolução das Flores».
Nos anos 80 chegaram os brilhos e as festas da «Febre de Sábado à Noite» que transportaram a vida da sociedade para a noite. A Lycra ganhou importância relativamente ao algodão e começou a moda das botas e sapatos de tacão do tipo sueco, exageradamente altos. A sensibilidade da maquilhagem e o cabelo liso e solto transformaram-se numa produção multicolor e numa mistura de estilos e formas mais complexas e espampanantes. O cabelo encaracolado e volumoso moldado com rolos e lacas guiavam a estética. Foi nos anos 80 que nasceu o estilo «Punk», representantes do anarquismo na sua proposta estética e musical, romperam com a moda «politicamente» correcta e começaram a transmitir artigos e penteados com significado marcadamente violento e anti-democrático.
Nesta época surgem figuras que se tornaram populares, mundialmente, Michael Jackson que causou furor com os casacos vermelhos; - a sensualidade de Madonna que criou uma devoção pelos crucifixos; - princesa Diana, no maior casamento da década, criou um novo interesse no estilo romântico, e - o traje Chanel, revivido pela primeira-dama Nancy Reagan, ilustra a imagem ideal, conservadora e chique da mulher executiva.
Os anos 90 seguiram um estilo semelhante aos anos 80, onde se continuou a utilizar a maquilhagem carregada e grandes penteados. Neste período surge a mais famosa marca de calças de ganga “ Levis”, que passou a ser a marca mais reconhecida e comprado no mercado mundial. O estilo «grande look», próprio desta época, baseava-se na modificação do corpo com piercings e tatuagens.
A moda foi-se aperfeiçoando à medida que cada década evoluía tornando-se mais ligeira, individual e adaptável a todos os gostos.
Isabel Costa; Raquel Araújo
A moda em Roma
Roma construiu o maior império do mundo, dominou civilizações e divulgou obras grandiosas. Inicialmente era uma cidade-estado, que seguia o modelo helénico (grego), governado por uma monarquia controlada pelos “conquistadores”. Todavia, por volta do século VI a.C., um grupo de aristocratas derrubou a monarquia e deram início ao período republicano. Assim, os romanos passaram a ser governados por um rei, que tinha poderes militares e religiosos e que era assessorado por um concelho de anciãos (conselheiros do rei). Como a monarquia romana não era hereditária quando morria um rei era escolhido um substituto.
O vestuário romano foi extremamente influenciado pelo vestuário grego.
Em Roma, o vestuário era constituído por uma túnica de formato rectangular feita em linho ou lã, que cobria todo o corpo. No entanto, com o passar do tempo, começaram a utilizar duas túnicas, uma interior e outra exterior, com mangas rectangulares ao nível do cotovelo. Também trajavam uma outra túnica exterior que tinha um capuz e, para se melhor se protegerem, usavam umas calças apertadas até aos joelhos, feitas de peles.
Para além do vestuário, normalmente, vestiam mantos rectangulares de inspiração grega que variavam no desenho e na cor. Estes mantos eram característicos da plebe romana, denominada de Toga.
Os materiais utilizados nas vestimentas eram essencialmente o linho, a lã e a seda de várias cores.
As mulheres trajavam túnicas longas com mangas e as suas vestes íntimas eram feitas de linho.
Os meninos usavam ao pescoço um pendente em forma de concha marinha, a qual teriam de abandonar para vestirem a toga que representava a fase adulta.
Os materiais de joalharia mais utilizados eram o ouro, a prata, as pedras preciosas e as semi-preciosas, como o cobre, o bronze e o ferro. No entanto, as pérolas eram sem dúvida as mais apreciadas.
Liliana Correia; Olímpia Oliveira
A moda Medieval
Na época medieval existiam três grandes civilizações: a Cristandade Latina, o império Bizantino e o império Romano do Oriente. Neste período houve um crescimento demográfico nas cidades, pois as pessoas do mundo rural deslocaram-se para os centros das cidades.
Em cada uma destas civilizações, cabia aos governantes (senhores da terra) a tarefa de impor diferentes vestes, consoante as classes sociais. Os diferentes acessórios complementavam a forma das pessoas se apresentarem perante a sociedade.
Assim, com o desenvolvimento dos povos houve a necessidade de se criar um mercado apropriado para adquirir roupas e acessórios, surgindo neste período histórico, as feiras e os mercados.
A moda na época medieval (a partir do século XIII) procede da tendência da moda vinda da época romana.
Os homens usavam vestidos lisos com formas irregulares e, por baixo destes, o brial (roupa interior que chegava aos joelhos e era segura por alfinetes). As calças que vestiam eram justas com tecido às riscas e cores fortes. Calçavam sapatos ou botas pontiagudas.
As mulheres vestiam túnicas largas, em lã, com mangas também largas até ao cotovelo e estreitavam junto às mãos. Os cabelos eram amarrados e cobertos com tecido bordado ou com rede lateral, formando caracóis entre as orelhas.
Já no século XIV, a roupa sofreu algumas alterações, nomeadamente, os vestidos eram mais volumosos e as camisas cobriam desde os ombros até à cintura.
Os penteados passaram a ser mais curtos.
No que se refere aos sapatos, estes passaram a ser feitos em pele de bode ou cabra, cobrindo a perna desde o peito do pé até ao joelho.
Foi a partir desta época que a moda, em todo o mundo, começou a sofrer avanços.
Carla Cruz; Lurdes Bento
A moda na Grécia
A Grécia localiza-se na Península Balcânica e a sua terra é pouco fértil, pois as montanhas abrangem 80% da superfície, complicando a comunicação entre as populações. No entanto, o mar era o elemento de ligação entre as várias áreas do mundo grego e facilitou a fundação de diversas colónias ao longo do Mediterrâneo. A Grécia Antiga, politicamente, nunca foi um país unido pelo facto de existirem estas distâncias geográficas, mas sim um agrupado de cidades-estado autónomas, sendo que as guerras entre elas eram constantes. Os gregos subsistiam da criação de gado, exploração mineira, pesca e comércio. Os atenienses dependiam de uma economia mercantil, marítima e monetária, tendo a moeda um papel fundamental nas transacções económicas.
Na Grécia Antiga nasceu o gosto clássico pela beleza: a harmonia pela simetria entre os lados esquerdo e direito do individuo, sendo o valor estético era mais valorizado do que o erotismo.
Usavam nas vestes enfeites de origem arquitectónica, que representavam o corte rectangular dos edifícios.
Na execução dessas vestes era utilizada a lã artesanal, o linho e para alturas especiais a seda.
A veste principal chamava-se Quiton, era um rectângulo de tecido que se assimilava a um manto que colocavam no corpo, fixa nos ombros e debaixo dos braços. Na parte dos ombros era fixado com alfinetes e na cintura com cordel ou cinto.
Nos jovens o manto chegava até aos joelhos e nos adultos, por vezes, chegava até ao tornozelo de tão comprido que era. Quando este apenas tapava um ombro davam-lhe o nome de Exomide.
A veste feminina era ligeiramente desigual da masculina, ou seja, apresentava-se sob um tecido rectangular, tendo cordões ou correias, na altura da cintura, e eram muito decotados.
Para além disso, usavam o Pharos (vestido jónico) que era utilizado como xaile.
Como resguardo para o frio usavam o Himation, que agasalhava todo o corpo. Os sábios gregos usavam-no como traje principal expressando a naturalidade e distinção desenvolvidas por essa cultura.
Carmo Brito; Natália Lima
A moda no Egipto
Em 3200 a.C., o Egipto unifica-se nas margens do rio Nilo e inicia-se a construção de um dos grandes impérios da história.
As cheias anuais do Nilo depositavam nas margens fertilizantes que tornavam as terras boas para a agricultura. A agricultura e a pecuária ocupavam a maioria dos egípcios, mas em paralelo com actividades artesanais. Estes produtos eram exportados para as regiões vizinhas.
O símbolo de poder estava centrado no faraó que era visto como um deus na terra, filho de Rã (deus sol). Os egípcios veneravam inúmeros deuses (politeísmo), pois acreditavam na vida para além da morte, contudo só podiam gozá-la se não fossem condenados no tribunal de Osíris (deus dos mortos) e se os corpos estivessem intactos.
A sociedade era bastante estratificada e hierarquizada, existindo profundas desigualdades entre os diversos estratos sociais.
No Egipto os tecidos e as vestimentas adaptavam-se às classes sociais a que pertenciam. As roupas que os homens usavam eram o Chanti, que era uma espécie de saia, sendo que as mulheres também o usavam, contudo este cobria todo o corpo. Os servos usavam apenas vestimentas brancas. A população andava descalça ou com sandálias de fibra de papiro. O vestuário dos nobres (faraó e sua corte) chamava-se Kalasyris (túnica larga de linho, decorado com ouro e pedras preciosas sobretudo turquesa. Quando um homem ficava com as costas destapadas tinha que ser colocada uma peça de roupa com o nome Neket (cinto de aspecto triangular feito de linho e com pedras preciosas). Também se utilizava um acessório o Hosch que era uma pequena capa que o povo colocava sobre os ombros e no peito.
As mulheres tinham uma vestimenta fundamental a Loriga que era muito justa ao corpo e feita de tecidos semelhantes à malha. Como complemento usavam a Túnica de Isis sendo esta uma espécie de manto em forma rectangular. Elas eram adeptas da maquilhagem onde o olho era marcado com linha preta e sombra verde. Em relação aos penteados, devido à intensidade do calor da região e ao facto do piolho ser uma praga, tanto o homem como a mulher rapavam o cabelo e colocavam perucas no seu lugar. Nesta época, também era prática corrente a eliminação dos pêlos corporais como forma de higiene.
Fátima Sousa; Marisa Rodrigues
A moda na pré-história
Na época Pré-histórica, como as populações eram numerosas, o homem tinha a necessidade de se deslocar de terra em terra. No entanto, as temperaturas variavam muito de região para região e, para se proteger do frio, o homem criou as suas próprias vestes.
Assim, as roupas surgem como elemento fundamental de protecção ou de representação do poder do homem.
Naquela época, as indumentárias eram feitas das peles dos animais, mas como eram muito duras entenderam que se elas fossem mastigadas ficariam mais maleáveis e, assim, cobririam mais partes do corpo.
Com o tempo a roupa foi-se tornando cada vez mais um símbolo de poder.
Na Pré-história a evolução das vestimentas aconteceu conforme a própria evolução das capacidades do homem: - o homem, desde muito cedo, começou a enfeitar-se, pois reparou que nos animais o macho destacava-se das fêmeas pela sua beldade e, assim, teve a ideia de remediar as suas imperfeições embelezando-se com adornos, que eram colares de pedras coloridas ou enfeites de chifres polidos, espetados nas orelhas e no nariz. Mais tarde, houve a necessidade de se proteger os pés, para poder caminhar sobre os terrenos ásperos em condições climáticas desfavoráveis e, por último, surge a tatuagem como marco da mudança da forma de viver do homem pré-histórico.
Ana Paula Paço; Mª José Machado
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